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O Genocídio no Congo Belga: Parte 1 #30

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Em 1885, uma conferência em Berlim entre as principais potências europeias acordaram que todo o continente africano menos a Libéria (independente dos EUA em 1847) e a Etiópia tornariam-se protetorados europeus.
A reunião, sem nenhum africano presente, também reconheceu uma área de 2.345.000 km² no centro africano como propriedade do rei belga, Leopoldo II. O Estado Livre do Congo, era uma ambição do rei em realizar um trabalho missionário através de sua pessoas física, com o argumento de combater a escravidão entre outros africanos, assim como o canibalismo e o paganismo.

Contudo, a ambição de Leopoldo era econômica e sua instituição filantrópica era apenas uma fachada para a Comunidade Internacional. Desde pequeno, o rei tinha fascínio em colônias e sonhava em ter um território lucrativo. Após estabelecer-se na região e ignorar totalmente a existência de reinos e povos que já existiam no atual Congo - mais de 30 milhões de pessoas - Leopoldo criou seu exército privado, a Force Publique, para suprimir revoltas, estabelecendo uma cota de extração de borracha e marfim que os congolenses eram obrigados a cumprir.
Caso falhassem em cumprir suas cotas, os congoleses tinham suas mãos cortadas como sinal de punição. O trabalho forçado de Leopoldo estendia-se a todos africanos no Estado Livre do Congo, assim como crianças, mulheres e idosos, muitas vezes captados à força para servir na Force Publique.

Através de uma campanha de mídia falsa que censurava todo tipo de denúncia feita na região, Leopoldo moldou uma imagem de filantropo, desmerecendo todo o trabalho de jornalistas, militares e missionários que denunciavam suas atrocidades.

O Estado Livre do Congo foi propriedade privada do rei por quase 30 anos, enriquecendo o rei belga que promoveu dezenas de obras públicas na Bélgica como parques, prédios, museus, palácios pessoais e até mesmo uma Exposição Universal em 1897.
Em 1900, jornalistas formaram a Associação de Reforma do Congo que tinha ambição de encerrar as atrocidades de Leopoldo. A associação promoveu palestras, comícios, distribuiu panfletos, revistas e fotografias sobre a causa. A associação teve a participação de pessoas como notáveis da época Mark Twain, Arthur Conan Doyle (criador do Sherlock Holmes) Booker T. Washington e Bertrand Russell.
Após 6 anos de atividade, a Associação tornou a propriedade de Leopoldo indefensável, obrigando o governo belga a anexar o território como colônia, retirando-a como propriedade privada do rei. Contudo, Leopoldo e todos os envolvidos nas atrocidades no Congo, nunca foram julgados e sequer multados, muito pelo contrário. Henry Stanley, que comandou a Force Publique, foi promovido para o Parlamento Britânico de 1900-1905.

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Em 1885, uma conferência em Berlim entre as principais potências europeias acordaram que todo o continente africano menos a Libéria (independente dos EUA em 1847) e a Etiópia tornariam-se protetorados europeus.
A reunião, sem nenhum africano presente, também reconheceu uma área de 2.345.000 km² no centro africano como propriedade do rei belga, Leopoldo II. O Estado Livre do Congo, era uma ambição do rei em realizar um trabalho missionário através de sua pessoas física, com o argumento de combater a escravidão entre outros africanos, assim como o canibalismo e o paganismo.

Contudo, a ambição de Leopoldo era econômica e sua instituição filantrópica era apenas uma fachada para a Comunidade Internacional. Desde pequeno, o rei tinha fascínio em colônias e sonhava em ter um território lucrativo. Após estabelecer-se na região e ignorar totalmente a existência de reinos e povos que já existiam no atual Congo - mais de 30 milhões de pessoas - Leopoldo criou seu exército privado, a Force Publique, para suprimir revoltas, estabelecendo uma cota de extração de borracha e marfim que os congolenses eram obrigados a cumprir.
Caso falhassem em cumprir suas cotas, os congoleses tinham suas mãos cortadas como sinal de punição. O trabalho forçado de Leopoldo estendia-se a todos africanos no Estado Livre do Congo, assim como crianças, mulheres e idosos, muitas vezes captados à força para servir na Force Publique.

Através de uma campanha de mídia falsa que censurava todo tipo de denúncia feita na região, Leopoldo moldou uma imagem de filantropo, desmerecendo todo o trabalho de jornalistas, militares e missionários que denunciavam suas atrocidades.

O Estado Livre do Congo foi propriedade privada do rei por quase 30 anos, enriquecendo o rei belga que promoveu dezenas de obras públicas na Bélgica como parques, prédios, museus, palácios pessoais e até mesmo uma Exposição Universal em 1897.
Em 1900, jornalistas formaram a Associação de Reforma do Congo que tinha ambição de encerrar as atrocidades de Leopoldo. A associação promoveu palestras, comícios, distribuiu panfletos, revistas e fotografias sobre a causa. A associação teve a participação de pessoas como notáveis da época Mark Twain, Arthur Conan Doyle (criador do Sherlock Holmes) Booker T. Washington e Bertrand Russell.
Após 6 anos de atividade, a Associação tornou a propriedade de Leopoldo indefensável, obrigando o governo belga a anexar o território como colônia, retirando-a como propriedade privada do rei. Contudo, Leopoldo e todos os envolvidos nas atrocidades no Congo, nunca foram julgados e sequer multados, muito pelo contrário. Henry Stanley, que comandou a Force Publique, foi promovido para o Parlamento Britânico de 1900-1905.

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