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Agudás: os Ex-Escravizados que Voltaram à África #108

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No Brasil do século 19, os africanos que conseguiam comprar sua liberdade tinham a opção de "retornar" à África.

Para as autoridades brasileiras, os ex-escravizados libertos, sejam africanos ou não, eram um empecilho à modernização do país que visava estimular a migração européia e branca.

Assim, sucessivas leis discriminatórias foram postas em prática, que não reconheciam de nenhuma forma ex-escravizados libertos como cidadãos brasileiros, nem mesmo aqueles libertos que tinham nascido no Brasil.

Tudo isso tinha uma premissa clara: expulsar os libertos do Brasil. Para onde eles iriam? Nos olhos das autoridades, de onde eles tinham vindo: da África

Um liberto que topava fazer essa viagem, levava um sonho de viver seus últimos dias na terra em que nascera, na terra em que seus ancestrais foram enterrados.

Assim, de 1835 - 1866, uma média de 400 libertos por ano estavam indo para a África. Ao longo do tempo, a comunidade desses retornados expandiu ao ponto que chegou a 7 - 8 mil pessoas no final do século 19.

Entretanto, ao chegar ao continente africano, muitos deles lidaram com desafios que jamais imaginariam. Seus principais povos de origem e aldeias, tinham sido exterminados ou tinham migrado. Eles foram forçados a morar em locais da costa da África que nunca tinham morado anteriormente.

No Benin, esses retornados brasileiros foram apelidados de Agudás. No Togo, são chamados de amarôs. Em Gana, são chamados de Tabom.

Nos povoados que formaram na costa da África, os libertos construíam suas casas semelhante aos sobrados do Brasil, comiam pratos como feijoada e até dançaram festas como bumba-meu-boi

Até 1920 o português era a principal lingua falada entre eles e até a década de 1970, alguns descendentes lembravam de provérbios, canções e expressões em português.

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Para as autoridades brasileiras, os ex-escravizados libertos, sejam africanos ou não, eram um empecilho à modernização do país que visava estimular a migração européia e branca.

Assim, sucessivas leis discriminatórias foram postas em prática, que não reconheciam de nenhuma forma ex-escravizados libertos como cidadãos brasileiros, nem mesmo aqueles libertos que tinham nascido no Brasil.

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Assim, de 1835 - 1866, uma média de 400 libertos por ano estavam indo para a África. Ao longo do tempo, a comunidade desses retornados expandiu ao ponto que chegou a 7 - 8 mil pessoas no final do século 19.

Entretanto, ao chegar ao continente africano, muitos deles lidaram com desafios que jamais imaginariam. Seus principais povos de origem e aldeias, tinham sido exterminados ou tinham migrado. Eles foram forçados a morar em locais da costa da África que nunca tinham morado anteriormente.

No Benin, esses retornados brasileiros foram apelidados de Agudás. No Togo, são chamados de amarôs. Em Gana, são chamados de Tabom.

Nos povoados que formaram na costa da África, os libertos construíam suas casas semelhante aos sobrados do Brasil, comiam pratos como feijoada e até dançaram festas como bumba-meu-boi

Até 1920 o português era a principal lingua falada entre eles e até a década de 1970, alguns descendentes lembravam de provérbios, canções e expressões em português.

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