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Contra fatos não há argumentos?
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Dizer que "contra fatos não há argumentos" parece ser uma afirmação devastadora. Quem usa este clichê geralmente pretende encerrar a discussão como seu vencedor inconteste. A ideia é que uma referência à "realidade" seria capaz de provar a validade do que se está debatendo, pondo fim a meras e frágeis especulações teóricas.
- Curso "Introdução à filosofia - dos pré-socráticos a Sartre": https://www.udemy.com/course/introducao-a-filosofia-dos-pre-socraticos-a-sartre/?referralCode=51CAB762A412100AFD38
- Curso "A filosofia de Karl Marx - uma introdução": https://www.udemy.com/course/a-filosofia-de-karl-marx-uma-introducao/?referralCode=D0A85790C60A2D047A37
- Clube de leitura: https://www.youtube.com/watch?v=WWEjNgKjqqI
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- Adquira meu livro: https://www.almarevolucionaria.com/product-page/pr%C3%A9-venda-duvidar-de-tudo-ensaios-sobre-filosofia-e-psican%C3%A1lise
- Meu site: https://www.filosofiaepsicanalise.org
Este recurso tem alguma força, contudo, apenas em um debate entre "consciências ingênuas", como afirmava o filósofo alemão George Wilhelm Friedrich Hegel. Seus leitores sabem que os "fatos", na verdade, não são tão "fatos" assim.
Afirmar que "contra fatos não há argumentos" pressupõe que é possível ter acesso direto à realidade, de forma imediata (sem mediações). Este nível de consciência é tão elementar que, em sua "Fenomenologia do Espírito", obra que descreve a "experiência da consciência" em sucessivos estágios, Hegel lhe coloca logo no primeiro capítulo.
Ao final, indicamos também uma obra de Theodor Adorno na qual ele discute em vários pontos a oposição entre dialética e positivismo, mostrando que os "fatos", embora ingenuamente considerados tão "concretos", são na verdade abstratos. O termo "abstrato", em Hegel, significa não aquilo o que geralmente se entende no cotidiano, como algo imaterial, por exemplo, mas sim aquilo que é isolado, que ainda não foi refletido, que não foi considerado em suas contradições internas e em sua relação com o todo.
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Dizer que "contra fatos não há argumentos" parece ser uma afirmação devastadora. Quem usa este clichê geralmente pretende encerrar a discussão como seu vencedor inconteste. A ideia é que uma referência à "realidade" seria capaz de provar a validade do que se está debatendo, pondo fim a meras e frágeis especulações teóricas.
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Afirmar que "contra fatos não há argumentos" pressupõe que é possível ter acesso direto à realidade, de forma imediata (sem mediações). Este nível de consciência é tão elementar que, em sua "Fenomenologia do Espírito", obra que descreve a "experiência da consciência" em sucessivos estágios, Hegel lhe coloca logo no primeiro capítulo.
Ao final, indicamos também uma obra de Theodor Adorno na qual ele discute em vários pontos a oposição entre dialética e positivismo, mostrando que os "fatos", embora ingenuamente considerados tão "concretos", são na verdade abstratos. O termo "abstrato", em Hegel, significa não aquilo o que geralmente se entende no cotidiano, como algo imaterial, por exemplo, mas sim aquilo que é isolado, que ainda não foi refletido, que não foi considerado em suas contradições internas e em sua relação com o todo.
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