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Psiquiatra francês ensina a tratar ansiedade em livro com realidade virtual

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Antes restrita aos hospitais, a terapia virtual agora poderá ser feita em casa com a popularização dos equipamentos e o lançamento de novos softwares. É o que mostra o livro dos psiquiatras franceses Eric Malbos, Christophe Lançon e Rodolphe Oppenheimer "Se libérer des troubles anxieux par la réalité virtuelle" (Livrando-se da ansiedade através da realidade virtual, em tradução livre).

O psiquiatra francês Eric Malbos sempre se interessou pela maneira como os videogames poderiam ajudar seus pacientes a vencerem suas fobias, vícios e doenças mentais, como, por exemplo, a ansiedade crônica, a depressão e o estresse pós-traumático. Ainda na faculdade de Medicina, o pesquisador criou e programou softwares que simulam diferentes “ambientes virtuais”. Quem tem medo de avião, por exemplo, trata o problema como se estivesse dentro de uma aeronave.

O objetivo é enfrentar os medos até obter a cura, como explica o psiquiatra, que desde 2012 dirige um setor especializado nesse tipo de tratamento no hospital da Concepção, em Marselha. Em toda a França, cerca de 30 estabelecimentos utilizam a técnica, entre eles o conceituado hospital Pitié-Salpetrière, em Paris.

A novidade agora é que esse tratamento, que necessitava de um acompanhamento hospitalar, poderá ser feito em casa. Isso graças à popularização dos headsets, equipados com os óculos 3D, que estão cada vez mais baratos e acessíveis ao consumidor, e também ao aperfeiçoamento do software de Eric Malbos por empresas especializadas. Os novos programas chegam ao mercado em agosto.

“Dentro de alguns meses, serão lançados programas que simulam esses ambientes virtuais com exercícios que poderão ser feitos em casa. Os pacientes poderão comprá-los. Atualmente, apenas profissionais da saúde podem adquirir os programas”, explicou o psiquiatra francês à RFI.

O livro lançado pelo psiquiatra, dessa forma, servirá como um guia para o paciente. O objetivo é que ele se torne autônomo em seu tratamento, depois do diagnóstico ser feito por um especialista, que também deve acompanhá-lo periodicamente. “O contato com um terapeuta comprensivo e atento é muito importante. Esse tratamento é complementar, não pode ser feito somente em casa. Por isso que aconselhamos a consulta com um terapeuta e um acompanhamento paralelo”, diz.

Evitando os medicamentos

Um dos objetivos da terapia 3D é de evitar o uso de medicamentos – a maior parte antidepressivos e ansiolíticos que modificam o sistema nervoso central e, mesmo sendo úteis em alguns casos, geram efeitos colaterais e até dependência a longo prazo. De acordo com médico francês, apenas entre 10 e 20% dos seus 50 pacientes precisam de remédios, que são usados como complemento da terapia virtual. Mais de 1100 pessoas já beneficiaram da nova técnica na França, adotada por mais de 300 profissionais.

Empresas na França, Estados Unidos e Canadá já estão comercializando os programas em outros países, o que leva a crer que a nova tecnologia se expande rapidamente e em breve pode chegar ao Brasil. “ A empresa francesa CytoCare está começando a exportar o produto para o exterior, principalmente para a Espanha, mas também em Portugal. O fato de que o programa esteja traduzido em português me leva a crer que ele logo estará disponível também para os psicólogos e psiquiatras brasileiros”, diz.

O psiquiatra lembra que vários problemas mentais podem ser tratados com o desenvolvimento e softwares mais sofisticados de terapia virtual, como a anorexia ou a bulimia e a dependência ao álcool e ao cigarro. O vício da heroína em breve poderá da mesma maneira. O especialista francês também diz que continuará desenvolvendo diferentes pesquisas nos hospitais, uma delas com o tratamento do estresse pós-traumático de soldados.

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O psiquiatra francês Eric Malbos sempre se interessou pela maneira como os videogames poderiam ajudar seus pacientes a vencerem suas fobias, vícios e doenças mentais, como, por exemplo, a ansiedade crônica, a depressão e o estresse pós-traumático. Ainda na faculdade de Medicina, o pesquisador criou e programou softwares que simulam diferentes “ambientes virtuais”. Quem tem medo de avião, por exemplo, trata o problema como se estivesse dentro de uma aeronave.

O objetivo é enfrentar os medos até obter a cura, como explica o psiquiatra, que desde 2012 dirige um setor especializado nesse tipo de tratamento no hospital da Concepção, em Marselha. Em toda a França, cerca de 30 estabelecimentos utilizam a técnica, entre eles o conceituado hospital Pitié-Salpetrière, em Paris.

A novidade agora é que esse tratamento, que necessitava de um acompanhamento hospitalar, poderá ser feito em casa. Isso graças à popularização dos headsets, equipados com os óculos 3D, que estão cada vez mais baratos e acessíveis ao consumidor, e também ao aperfeiçoamento do software de Eric Malbos por empresas especializadas. Os novos programas chegam ao mercado em agosto.

“Dentro de alguns meses, serão lançados programas que simulam esses ambientes virtuais com exercícios que poderão ser feitos em casa. Os pacientes poderão comprá-los. Atualmente, apenas profissionais da saúde podem adquirir os programas”, explicou o psiquiatra francês à RFI.

O livro lançado pelo psiquiatra, dessa forma, servirá como um guia para o paciente. O objetivo é que ele se torne autônomo em seu tratamento, depois do diagnóstico ser feito por um especialista, que também deve acompanhá-lo periodicamente. “O contato com um terapeuta comprensivo e atento é muito importante. Esse tratamento é complementar, não pode ser feito somente em casa. Por isso que aconselhamos a consulta com um terapeuta e um acompanhamento paralelo”, diz.

Evitando os medicamentos

Um dos objetivos da terapia 3D é de evitar o uso de medicamentos – a maior parte antidepressivos e ansiolíticos que modificam o sistema nervoso central e, mesmo sendo úteis em alguns casos, geram efeitos colaterais e até dependência a longo prazo. De acordo com médico francês, apenas entre 10 e 20% dos seus 50 pacientes precisam de remédios, que são usados como complemento da terapia virtual. Mais de 1100 pessoas já beneficiaram da nova técnica na França, adotada por mais de 300 profissionais.

Empresas na França, Estados Unidos e Canadá já estão comercializando os programas em outros países, o que leva a crer que a nova tecnologia se expande rapidamente e em breve pode chegar ao Brasil. “ A empresa francesa CytoCare está começando a exportar o produto para o exterior, principalmente para a Espanha, mas também em Portugal. O fato de que o programa esteja traduzido em português me leva a crer que ele logo estará disponível também para os psicólogos e psiquiatras brasileiros”, diz.

O psiquiatra lembra que vários problemas mentais podem ser tratados com o desenvolvimento e softwares mais sofisticados de terapia virtual, como a anorexia ou a bulimia e a dependência ao álcool e ao cigarro. O vício da heroína em breve poderá da mesma maneira. O especialista francês também diz que continuará desenvolvendo diferentes pesquisas nos hospitais, uma delas com o tratamento do estresse pós-traumático de soldados.

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