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35 - Urso polar em Copacabana

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Sou pequeno para as minhas emoções,

imenso de reflexões,

elas não cabem em mim,

contorço-me ao tentar acomodá-las,

sufoco-me tentando acalmá-las

e me esgoto na tentativa deixar explicado

o que elas não entendem,

meu comportamento metrado

naturalmente irracionais,

não me deixam em paz;

como podem compreender,

alguém que não sabe viver?

Estou acostumado com o vazio,

o vazio não tem vez,

não tem vontade,

solidez,

não é impaciente,

não quer que eu me reinvente,

quando lhe viro as costas,

não exige respostas,

sequer me inquieta com perguntas;

o vazio nem se dá o trabalho de existir,

extenuação a qual não se pode dirigir,

é a ausência de emoção,

como o frio é a ausência de calor,

o desprezo inexistência de amor

Durante muito tempo não me senti gélido,

pesadelo fantástico,

sensação de andar pelado no Ártico,

a gelidão nunca poderia me atingir,

afinal eu já era uma ausência de calor;

dilacerado por uma insensível dor

vivi um transe,

na inércia de sentimentos,

indolente criatura,

minha figura,

um seraco;

nesse amontoado caótico,

com meus sentimentos, despótico

resfriei-me de razão

e não temi a solidão;

inaparente egro,

todo o sofirmento caía no buraco negro,

no vazio dentro de mim,

eu não tinha limite,

não tinha fim

Estava morto no interno

e vivo por fora,

era o mesmo na primavera ou no inverno

achava-me inabalável,

invencível,

mal sabia

que se tratava do longo efeito duma anestesia

hipnotizado no engano,

ano após ano,

sofria sem sentir

Dessa época não tenho saudade,

pois tristeza e felicidade,

andam sempre de mãos dadas,

no peito, ambas guardadas,

verdade que ninguém gosta,

a vida é uma aposta,

tristeza negada,

é felicidade renunciada

Sou urso polar em Copacabana

pertenço ao frio,

estirado no vazio,

é onde aprendi a viver

mas a esse lugar,

longe das ondas do mar,

nunca mais quero volver

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Sou pequeno para as minhas emoções,

imenso de reflexões,

elas não cabem em mim,

contorço-me ao tentar acomodá-las,

sufoco-me tentando acalmá-las

e me esgoto na tentativa deixar explicado

o que elas não entendem,

meu comportamento metrado

naturalmente irracionais,

não me deixam em paz;

como podem compreender,

alguém que não sabe viver?

Estou acostumado com o vazio,

o vazio não tem vez,

não tem vontade,

solidez,

não é impaciente,

não quer que eu me reinvente,

quando lhe viro as costas,

não exige respostas,

sequer me inquieta com perguntas;

o vazio nem se dá o trabalho de existir,

extenuação a qual não se pode dirigir,

é a ausência de emoção,

como o frio é a ausência de calor,

o desprezo inexistência de amor

Durante muito tempo não me senti gélido,

pesadelo fantástico,

sensação de andar pelado no Ártico,

a gelidão nunca poderia me atingir,

afinal eu já era uma ausência de calor;

dilacerado por uma insensível dor

vivi um transe,

na inércia de sentimentos,

indolente criatura,

minha figura,

um seraco;

nesse amontoado caótico,

com meus sentimentos, despótico

resfriei-me de razão

e não temi a solidão;

inaparente egro,

todo o sofirmento caía no buraco negro,

no vazio dentro de mim,

eu não tinha limite,

não tinha fim

Estava morto no interno

e vivo por fora,

era o mesmo na primavera ou no inverno

achava-me inabalável,

invencível,

mal sabia

que se tratava do longo efeito duma anestesia

hipnotizado no engano,

ano após ano,

sofria sem sentir

Dessa época não tenho saudade,

pois tristeza e felicidade,

andam sempre de mãos dadas,

no peito, ambas guardadas,

verdade que ninguém gosta,

a vida é uma aposta,

tristeza negada,

é felicidade renunciada

Sou urso polar em Copacabana

pertenço ao frio,

estirado no vazio,

é onde aprendi a viver

mas a esse lugar,

longe das ondas do mar,

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