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38 - Dona Clyssia

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Dona Clissya,

não posso nem chamá-la de vadia,

antes isso fosse, o saco do seu marido esvaziaria

e não encheria o meu;

parece que a senhora nunca fodeu!

Tanto mau-humor só pode ser falta duma boa carícia;

não sei se a senhora fode mal

ou é mal fodida,

em caso tal

fico com a dupla medida;

Dona Clissya,

sua xota de virginal imperícia

atenta contra o seu marido de pica mole,

que seco engole,

as suas patacoadas

atenta contra seus filhos

que de bocas caladas

acatam as suas ordens,

a sua casa é um recinto evangélico de desordens

me disseram que pinto de evangélico não sobe

e pelo seu mau-humor, parece ser verdade,

não tem cessar a sua vildade,

afinal, não se apaga o fogo que o diabo lhe impôs;

você deixou para depois

e no casamento descobriu um marido que goza rapidinho,

que rapidinho lhe deu quatro filhos para criar;

coitados dos vizinhos

que seus gritos têm que aturar,

e além disso têm que escutar;

a minha voz no megafone a cortar a madrugada,

a ensandecer os ouvidos caninos,

latidos que orquestram o meu caos,

meus provérbios libertinos,

mais que a sua aparência genuínos

a lhe ensinar uma lição bem dada,

lhe mostrar com quantos paus

e certamente nenhum como o do seu marido,

se faz uma canoa,

você paga de santinha, de boa pessoa,

porém é cobra peçonhenta,

de descontrolada sana

de ressecada xana

que, mais uma vez digo, atenta

contra a vida do seu próprio filho,

um desensofrido,

um desmiolado fora do trilho,

que pega DST e pensa estar curado por ter o pau ungido,

ungido por um “Deus” que senhora tanto quer agradar,

tanto execra os ateus e foi um deles que impediu o seu filho de se matar

Dona Clyssia,

a senhora falou mal de mim até para polícia,

e teve a cara de pau,

madeira de jequitibá,

de ir até a minha casa chorando lágrimas de crocodilo só para me acusar

tenho uma péssima notícia para lhe contar,

a senhora atua mal,

o seu filho fugiu, por que será?

Será que foi por culpa do “amiguinho cachaceiro”,

ou porque a senhora lhe suga a felicidade como um carrapato-rodoleiro

o chama preto, de veado, de vagabundo,

de todas as excrescências que cabem no excremento do seu ser?

Como você consegue dormir sem um tanto de remorso ter?

Você agrediu o seu filho com um computador!

E deixou-lhe feridas mais profundas que a física dor

Dona Clyssia,

se o “Inferno” existisse

queria que lá a senhora fosse descansar

que “Satã” visse

toda sua imundícia

e lhe fizesse pagar,

que lhe torturasse,

sem o menor apego,

sem a menor classe,

comesse o seu rego

e finalmente lhe fizesse gozar

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Felipe Simão

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não posso nem chamá-la de vadia,

antes isso fosse, o saco do seu marido esvaziaria

e não encheria o meu;

parece que a senhora nunca fodeu!

Tanto mau-humor só pode ser falta duma boa carícia;

não sei se a senhora fode mal

ou é mal fodida,

em caso tal

fico com a dupla medida;

Dona Clissya,

sua xota de virginal imperícia

atenta contra o seu marido de pica mole,

que seco engole,

as suas patacoadas

atenta contra seus filhos

que de bocas caladas

acatam as suas ordens,

a sua casa é um recinto evangélico de desordens

me disseram que pinto de evangélico não sobe

e pelo seu mau-humor, parece ser verdade,

não tem cessar a sua vildade,

afinal, não se apaga o fogo que o diabo lhe impôs;

você deixou para depois

e no casamento descobriu um marido que goza rapidinho,

que rapidinho lhe deu quatro filhos para criar;

coitados dos vizinhos

que seus gritos têm que aturar,

e além disso têm que escutar;

a minha voz no megafone a cortar a madrugada,

a ensandecer os ouvidos caninos,

latidos que orquestram o meu caos,

meus provérbios libertinos,

mais que a sua aparência genuínos

a lhe ensinar uma lição bem dada,

lhe mostrar com quantos paus

e certamente nenhum como o do seu marido,

se faz uma canoa,

você paga de santinha, de boa pessoa,

porém é cobra peçonhenta,

de descontrolada sana

de ressecada xana

que, mais uma vez digo, atenta

contra a vida do seu próprio filho,

um desensofrido,

um desmiolado fora do trilho,

que pega DST e pensa estar curado por ter o pau ungido,

ungido por um “Deus” que senhora tanto quer agradar,

tanto execra os ateus e foi um deles que impediu o seu filho de se matar

Dona Clyssia,

a senhora falou mal de mim até para polícia,

e teve a cara de pau,

madeira de jequitibá,

de ir até a minha casa chorando lágrimas de crocodilo só para me acusar

tenho uma péssima notícia para lhe contar,

a senhora atua mal,

o seu filho fugiu, por que será?

Será que foi por culpa do “amiguinho cachaceiro”,

ou porque a senhora lhe suga a felicidade como um carrapato-rodoleiro

o chama preto, de veado, de vagabundo,

de todas as excrescências que cabem no excremento do seu ser?

Como você consegue dormir sem um tanto de remorso ter?

Você agrediu o seu filho com um computador!

E deixou-lhe feridas mais profundas que a física dor

Dona Clyssia,

se o “Inferno” existisse

queria que lá a senhora fosse descansar

que “Satã” visse

toda sua imundícia

e lhe fizesse pagar,

que lhe torturasse,

sem o menor apego,

sem a menor classe,

comesse o seu rego

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