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Apoiada pela 1ª vez pelo COI, Pride House de Paris 2024 quer dar visibilidade para atletas LGBTQIA+

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Demorou um século, mas os Jogos Olímpicos desembarcaram de novo em Paris, e dessa vez cheios de novidades. Uma delas fica no 7° distrito da capital, próximo à ponte Alexandre III, um dos mais belos monumentos históricos da cidade. Sobre as docas às margens do rio Sena, no barco do famoso bar Rosa Bonheur, se encontra a sede da Pride House, local que visa dar visibilidade aos atletas da comunidade LGBTQIA+ em Paris 2024, apoiado pela primeira vez pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

Todos os dias, o palco da Pride House receberá atletas da comunidade e um telão transmitirá suas disputas ao vivo. Jérémy Goupille, copresidente da Fier-Play, associação que administra o espaço, ressalta a importância de se falar sobre o assunto, numa Olimpíada marcada pelas críticas da extrema direita mundial à cerimônia de abertura de Paris 2024.

"A Pride House é, na verdade, um local inclusivo que tem como objetivo destacar os atletas LGBTQIA+ no esporte, obviamente, e oferecer um local acolhedor para celebrar esses atletas e combater a discriminação. Esta é a vigésima quarta edição. A primeira edição foi nos Jogos de Vancouver em 2010. Portanto, a Pride House evoluiu ao longo do tempo", diz Goupille. "Agora somos a primeira Pride House a receber o apoio oficial do Comitê Olímpico Internacional. Estamos trabalhando lado a lado com Paris 2024 e várias outras instituições. Então, é verdade que esta é uma organização que está assumindo cada vez mais importância com a questão da inclusão e da diversidade, que também é cada vez mais importante em nossa sociedade", sublinha.

"Estamos realmente em um momento em que todos estão fazendo essa pergunta. Infelizmente, há muita controvérsia, mas a questão vai além: trata-se de inclusão, de diversidade, trata-se de poder conviver melhor em sociedade, e é isso que esperamos alcançar com a Pride House. Também temos um outro programa de legado para tornar o esporte amador mais inclusivo, para que todos possamos realmente jogar juntos. No momento, há quase 200 atletas abertamente LGBTQIA+ nos Jogos Olímpicos. Estamos cientes de que essa não é necessariamente a realidade, que ainda há muito trabalho a ser feito para garantir que todos sejam plenamente eles mesmos durante esses jogos e em campo", diz Goupille.

Muito esperada pela imprensa dentro da Pride House, a drag queen Le Filip, vencedora da edição 2024 do programa Drag Queen Race France, falou sobre a importância de celebrar a diversidade. "Porque é incrível, é histórico. A última vez que isso aconteceu em Paris foi há 100 anos. Então, obviamente, eu tinha que vir aqui. Mas sim, é incrível. O mundo inteiro está aqui. Eu mesmo não sou francês, sou croata. E ter essa vida dupla, bem, isso me lembra que somos acima de tudo humanos, e ver o mundo inteiro aqui me lembra que somos, podemos ser diferentes, mas somos, acima de tudo, semelhantes. E somos acima de tudo mais semelhantes do que diferentes", lembra o artista e performer.

"Acho que o mundo está bastante polarizado no momento e as emoções podem desempenhar um papel importante... Talvez existam opiniões muito fortes e comprometidas de um lado ou de outro, mas este é o lugar onde podemos discutir e compartilhar. E isso vencerá, porque nada acontece quando você briga. Aqui pelo menos há uma maneira de nos conhecermos, de celebrarmos uns aos outros. E esse é o progresso que vejo, e é o que espero no momento", destaca a drag queen Le Filip.

Além de franceses, a Pride House também acolhe um público internacional, como a chinesa Jenix, que mora em Pequim e se voluntariou para trabalhar no espaço. Ela contou à RFI como a questão LGBT é hoje tratada na China. "É muito interessante porque as pessoas tendem a não falar sobre isso: não é ilegal, mas também não é legal. As pessoas simplesmente não falam sobre isso. Então, elas fingem que isso não existe, mas não é como nos países em que você é condenado à pena de morte por ser gay. Mas nossa sociedade, nossa rede social, não são muito abertas a esse tipo de relacionamento, comunidade e conscientização", conta ela. "Portanto, temos muito a fazer, ainda há um longo caminho a percorrer, mas estamos chegando lá e, especialmente a minha geração, estamos fazendo o melhor que podemos para melhorar esse tipo de nível de conscientização e fazer com que as pessoas sejam consideradas legítimas nessa comunidade", diz.

A francesa Emmanuelle explica porque decidiu se voluntariar para trabalhar na Pride House. "Bem, eu sentia que precisava contribuir de alguma forma, e, inicialmente, queria fazer um trabalho voluntário nos Jogos Olímpicos. E a ideia é que, ao ser voluntária na Pride House, também podemos aumentar a conscientização sobre as questões LGBT. Portanto, para mim, esses foram dois bons motivos para estar aqui hoje. E como sou professora, tenho um pouco de tempo livre, então quis doar meu tempo também", afirmou à RFI.

Morador de Nova York, Zie conta que conheceu a Pride House nos jogos do Rio em 2016. "Essa não é minha primeira Olimpíada. Fui voluntário pela primeira vez nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 e visitei a Pride House de lá e adorei a ideia de acolher a comunidade LGBT, um lugar onde os atletas ou espectadores pudessem se sentir aceitos e gostar de fazer parte da comunidade; e eu queria muito visitar a Pride House em Tóquio em 2020, mas não fui selecionado como voluntário, então não pude ir, mas felizmente consegui me inscrever com antecedência no início deste ano e estou muito feliz por poder trabalhar na Pride House de Paris", celebrou.

A atriz Valérie e o fotógrafo Corentin se conheceram na fan zone da Pride House de Paris 2024. "Eu me deparei com essa área de fãs quando estava saindo a competição de triatlo. Eu estava assistindo a disputa do lado de fora e passei por aqui, havia comida e bebida, uma boa atmosfera, então parei e encontrei essa senhora aqui comendo uma pizza em frente ao telão gigante, e acabei ficando, é magnífico", disse Corentin. "Acabamos conhecendo uns aos outros, e é para isso que servem os jogos. É uma ótima atmosfera, muito popular e muito alegre. É realmente algo maravilhoso de se vivenciar em Paris e estou muito orgulhosa da organização. Também fui à Champs Élysées para ver o triatlo, e foi fantástico", completou Valérie, enquanto terminava seu creme de alcachofras com vinho branco, iguaria típica do verão francês.

A Pride House fica aberta até o dia 11 de agosto em Paris, de meio-dia até a meia-noite, com uma extensa programação de jogos, shows e workshops.

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Todos os dias, o palco da Pride House receberá atletas da comunidade e um telão transmitirá suas disputas ao vivo. Jérémy Goupille, copresidente da Fier-Play, associação que administra o espaço, ressalta a importância de se falar sobre o assunto, numa Olimpíada marcada pelas críticas da extrema direita mundial à cerimônia de abertura de Paris 2024.

"A Pride House é, na verdade, um local inclusivo que tem como objetivo destacar os atletas LGBTQIA+ no esporte, obviamente, e oferecer um local acolhedor para celebrar esses atletas e combater a discriminação. Esta é a vigésima quarta edição. A primeira edição foi nos Jogos de Vancouver em 2010. Portanto, a Pride House evoluiu ao longo do tempo", diz Goupille. "Agora somos a primeira Pride House a receber o apoio oficial do Comitê Olímpico Internacional. Estamos trabalhando lado a lado com Paris 2024 e várias outras instituições. Então, é verdade que esta é uma organização que está assumindo cada vez mais importância com a questão da inclusão e da diversidade, que também é cada vez mais importante em nossa sociedade", sublinha.

"Estamos realmente em um momento em que todos estão fazendo essa pergunta. Infelizmente, há muita controvérsia, mas a questão vai além: trata-se de inclusão, de diversidade, trata-se de poder conviver melhor em sociedade, e é isso que esperamos alcançar com a Pride House. Também temos um outro programa de legado para tornar o esporte amador mais inclusivo, para que todos possamos realmente jogar juntos. No momento, há quase 200 atletas abertamente LGBTQIA+ nos Jogos Olímpicos. Estamos cientes de que essa não é necessariamente a realidade, que ainda há muito trabalho a ser feito para garantir que todos sejam plenamente eles mesmos durante esses jogos e em campo", diz Goupille.

Muito esperada pela imprensa dentro da Pride House, a drag queen Le Filip, vencedora da edição 2024 do programa Drag Queen Race France, falou sobre a importância de celebrar a diversidade. "Porque é incrível, é histórico. A última vez que isso aconteceu em Paris foi há 100 anos. Então, obviamente, eu tinha que vir aqui. Mas sim, é incrível. O mundo inteiro está aqui. Eu mesmo não sou francês, sou croata. E ter essa vida dupla, bem, isso me lembra que somos acima de tudo humanos, e ver o mundo inteiro aqui me lembra que somos, podemos ser diferentes, mas somos, acima de tudo, semelhantes. E somos acima de tudo mais semelhantes do que diferentes", lembra o artista e performer.

"Acho que o mundo está bastante polarizado no momento e as emoções podem desempenhar um papel importante... Talvez existam opiniões muito fortes e comprometidas de um lado ou de outro, mas este é o lugar onde podemos discutir e compartilhar. E isso vencerá, porque nada acontece quando você briga. Aqui pelo menos há uma maneira de nos conhecermos, de celebrarmos uns aos outros. E esse é o progresso que vejo, e é o que espero no momento", destaca a drag queen Le Filip.

Além de franceses, a Pride House também acolhe um público internacional, como a chinesa Jenix, que mora em Pequim e se voluntariou para trabalhar no espaço. Ela contou à RFI como a questão LGBT é hoje tratada na China. "É muito interessante porque as pessoas tendem a não falar sobre isso: não é ilegal, mas também não é legal. As pessoas simplesmente não falam sobre isso. Então, elas fingem que isso não existe, mas não é como nos países em que você é condenado à pena de morte por ser gay. Mas nossa sociedade, nossa rede social, não são muito abertas a esse tipo de relacionamento, comunidade e conscientização", conta ela. "Portanto, temos muito a fazer, ainda há um longo caminho a percorrer, mas estamos chegando lá e, especialmente a minha geração, estamos fazendo o melhor que podemos para melhorar esse tipo de nível de conscientização e fazer com que as pessoas sejam consideradas legítimas nessa comunidade", diz.

A francesa Emmanuelle explica porque decidiu se voluntariar para trabalhar na Pride House. "Bem, eu sentia que precisava contribuir de alguma forma, e, inicialmente, queria fazer um trabalho voluntário nos Jogos Olímpicos. E a ideia é que, ao ser voluntária na Pride House, também podemos aumentar a conscientização sobre as questões LGBT. Portanto, para mim, esses foram dois bons motivos para estar aqui hoje. E como sou professora, tenho um pouco de tempo livre, então quis doar meu tempo também", afirmou à RFI.

Morador de Nova York, Zie conta que conheceu a Pride House nos jogos do Rio em 2016. "Essa não é minha primeira Olimpíada. Fui voluntário pela primeira vez nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 e visitei a Pride House de lá e adorei a ideia de acolher a comunidade LGBT, um lugar onde os atletas ou espectadores pudessem se sentir aceitos e gostar de fazer parte da comunidade; e eu queria muito visitar a Pride House em Tóquio em 2020, mas não fui selecionado como voluntário, então não pude ir, mas felizmente consegui me inscrever com antecedência no início deste ano e estou muito feliz por poder trabalhar na Pride House de Paris", celebrou.

A atriz Valérie e o fotógrafo Corentin se conheceram na fan zone da Pride House de Paris 2024. "Eu me deparei com essa área de fãs quando estava saindo a competição de triatlo. Eu estava assistindo a disputa do lado de fora e passei por aqui, havia comida e bebida, uma boa atmosfera, então parei e encontrei essa senhora aqui comendo uma pizza em frente ao telão gigante, e acabei ficando, é magnífico", disse Corentin. "Acabamos conhecendo uns aos outros, e é para isso que servem os jogos. É uma ótima atmosfera, muito popular e muito alegre. É realmente algo maravilhoso de se vivenciar em Paris e estou muito orgulhosa da organização. Também fui à Champs Élysées para ver o triatlo, e foi fantástico", completou Valérie, enquanto terminava seu creme de alcachofras com vinho branco, iguaria típica do verão francês.

A Pride House fica aberta até o dia 11 de agosto em Paris, de meio-dia até a meia-noite, com uma extensa programação de jogos, shows e workshops.

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