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Hub latino-americano de moda criado por brasileiras em Paris quer 'quebrar tabus' e empoderar mulheres

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O Aysú Concept foi idealizado por duas jovens amigas brasileiras conectadas pelo amor aos estudos de moda. Mariana Sales, 28, e Elora Janguiê, 25, uniram o desejo de ambas de compartilhar a riqueza e a diversidade da moda latino-americana na Europa. Baseada em Paris, a loja é 100% digital e possui atualmente uma seleção de 16 marcas, “cada uma refletindo o patrimônio cultural e o artesanato único da América Latina”, segundo as fundadoras.

Além disso, as jovens têm “uma visão muito parecida sobre criar uma comunidade e incentivar mulheres empreendedoras” com foco na liberdade financeira feminina. A loja conceitual possui atualmente uma seleção de 16 marcas originais do Brasil, México, Peru, Colômbia e Argentina. Mas, de acordo com as fundadoras, há possibilidades de expansão para integração de marcas uruguaias e até americanas fundadas por latinos.

Mariana Sales mora em Paris há cinco anos, onde se dedica ao mundo da moda, tendo focado seus estudos em sustentabilidade da moda no Instituto Marangoni e no Instituo Superior de Artes de Paris, além de ter trabalhado no setor de luxo parisiense. Desde janeiro deste ano, ela se tornou diretora criativa da Aysú, coletivo que funciona como um hub dedicado a representar as riquezas brasileiras e latinas no mercado de moda europeu.

A jovem explica que a sustentabilidade não está necessariamente nos pilares da Aysú, mas o conceito acabou sendo inserido de forma indireta no coletivo já que as sócias prezam por grifes latino-americanas que usam artesanatos indígenas e locais com materiais de alta durabilidade, ou no inglês slow fashion, ao contrário do atual frenesi do fast fashion, criado por lojas de departamento e sites de entregas de roupas com preços baixos.

“Slow fashion é aquela moda voltada para a qualidade e não produção em massa. Por exemplo, a produção indígena, ela é muito voltada para produtos naturais. É realmente focar no produto, na produção, na qualidade e não na quantidade”, detalha.

Leia tambémProjeto de lei na França prevê sanções financeiras e proibição de publicidade para empresas de 'fast fashion'

Aceitação do público francês pela moda latina

Apesar de ser uma loja 100% digital e baseada em Paris, a Aysú abriu uma pop-up durantes os meses de junho e julho deste ano, uma boutique efêmera que divulgou mais de 20 marcas latino-americanas durante o verão europeu. O objetivo foi vender roupas com a cara dos trópicos no coração de Paris, no icônico bairro do Marais.

Apesar da forte tradição do prêt-à-porter da moda parisiense e do apego cultural a tudo o que é feito em território nacional, a presidente da Aysú, Elora Janguiê, conta que a ideia de trazer algo novo esbarra no desafio de respeitar o estilo francês. Ela revela que a maior dificuldade foi não só a aceitação do público, mas o desafio de se adaptar às estações opostas entre os hemisférios norte e sul, por se tratarem de marcas totalmente latino-americanas.

“A gente consegue trazer uma coleção nova e a gente tem mais tempo para desenvolver as estratégias de venda antes de lançar aqui. Acaba sendo uma vantagem e uma desvantagem ao mesmo tempo”, diz Elora.

Ela destaca ainda que a loja física efêmera ajudou a entender melhor o público e traçar novas metas: “A parte da aceitação do público francês foi interessante ver. Deu para ver as marcas mais aceitas. Foi uma espécie de pesquisa de mercado para a gente (...) O francês é bem metódico, é um público bastante exigente e sensível a precificação”, avaliou.

Liberdade da mulher e mercado europeu

Elora Janguiê fez seus estudos superiores nos Estados Unidos na área de jornalismo e mídias sociais, mas a vontade de aprimorar os estudos de francês a trouxe até a cidade-luz. A sororidade feminina é uma marca forte do coletivo das amigas Mariana e Elora.

“Eu e Mariana a gente tem uma visão muito parecida sobre criar uma comunidade e incentivar mulheres empreendedoras, a gente tem muito interesse no empreendedorismo feminino e a liberdade financeira da mulher. Acho que foi isso que nos incentivou a cria a Aysú”, revela.

As meninas vislumbram expansão para o futuro, “a gente vê que tem uma procura grande de mercados da Espanha e Portugal, então a gente pensa em refazer a pop-up em outros lugares da Europa”. Tem uma grande comunidade latina nesses países que a gente quer conquistar também”.

Quebrando os tabus de xenofobia

Elora Janguiê destaca ainda a importância de desmistificar a ideia de que produtos provenientes da América Latina não têm qualidade. “Eu acho que aqui [na Europa] as pessoas têm a ideia de que produtos da América Latina são de baixa qualidade, não tem expansão criativa, não tem novidade. Eles pensam que é só beleza, só o natural, algo que se possa usar quando se trata de cuidados do corpo”, opina.

Para a fundadora, fazem sucesso no continente europeu grifes de moda que se solidificaram com trabalho de anos como PatyBO e Farm, mas acredita ser importante “mostrar a variedade gigantesca de criadores e designers”, e, além disso, “fazer uma diferença social”.

“O que a gente está fazendo é claramente uma aceitação de moda, trazendo espaço para essas pessoas aqui na Europa e podendo quebrar muito mais o tabu xenofóbico”, sublinha.

Todas as reflexões das jovens amigas associadas ao orgulho de ser latino-americano e sobretudo brasileiras, culminou na ideia de um nome que representasse essa essência, mas para agradar o mercado internacional, era preciso um “nome curto que as pessoas pudessem pronunciar e achassem diferente”.

Elas escolheram "Aysú", que significa "amor" em tupi-guarani; para a diretora criativa Mariana Sales, “o amor é o que representa tudo para a gente, o amor ao nosso país e à nossa cultura”, conclui.

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Além disso, as jovens têm “uma visão muito parecida sobre criar uma comunidade e incentivar mulheres empreendedoras” com foco na liberdade financeira feminina. A loja conceitual possui atualmente uma seleção de 16 marcas originais do Brasil, México, Peru, Colômbia e Argentina. Mas, de acordo com as fundadoras, há possibilidades de expansão para integração de marcas uruguaias e até americanas fundadas por latinos.

Mariana Sales mora em Paris há cinco anos, onde se dedica ao mundo da moda, tendo focado seus estudos em sustentabilidade da moda no Instituto Marangoni e no Instituo Superior de Artes de Paris, além de ter trabalhado no setor de luxo parisiense. Desde janeiro deste ano, ela se tornou diretora criativa da Aysú, coletivo que funciona como um hub dedicado a representar as riquezas brasileiras e latinas no mercado de moda europeu.

A jovem explica que a sustentabilidade não está necessariamente nos pilares da Aysú, mas o conceito acabou sendo inserido de forma indireta no coletivo já que as sócias prezam por grifes latino-americanas que usam artesanatos indígenas e locais com materiais de alta durabilidade, ou no inglês slow fashion, ao contrário do atual frenesi do fast fashion, criado por lojas de departamento e sites de entregas de roupas com preços baixos.

“Slow fashion é aquela moda voltada para a qualidade e não produção em massa. Por exemplo, a produção indígena, ela é muito voltada para produtos naturais. É realmente focar no produto, na produção, na qualidade e não na quantidade”, detalha.

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Aceitação do público francês pela moda latina

Apesar de ser uma loja 100% digital e baseada em Paris, a Aysú abriu uma pop-up durantes os meses de junho e julho deste ano, uma boutique efêmera que divulgou mais de 20 marcas latino-americanas durante o verão europeu. O objetivo foi vender roupas com a cara dos trópicos no coração de Paris, no icônico bairro do Marais.

Apesar da forte tradição do prêt-à-porter da moda parisiense e do apego cultural a tudo o que é feito em território nacional, a presidente da Aysú, Elora Janguiê, conta que a ideia de trazer algo novo esbarra no desafio de respeitar o estilo francês. Ela revela que a maior dificuldade foi não só a aceitação do público, mas o desafio de se adaptar às estações opostas entre os hemisférios norte e sul, por se tratarem de marcas totalmente latino-americanas.

“A gente consegue trazer uma coleção nova e a gente tem mais tempo para desenvolver as estratégias de venda antes de lançar aqui. Acaba sendo uma vantagem e uma desvantagem ao mesmo tempo”, diz Elora.

Ela destaca ainda que a loja física efêmera ajudou a entender melhor o público e traçar novas metas: “A parte da aceitação do público francês foi interessante ver. Deu para ver as marcas mais aceitas. Foi uma espécie de pesquisa de mercado para a gente (...) O francês é bem metódico, é um público bastante exigente e sensível a precificação”, avaliou.

Liberdade da mulher e mercado europeu

Elora Janguiê fez seus estudos superiores nos Estados Unidos na área de jornalismo e mídias sociais, mas a vontade de aprimorar os estudos de francês a trouxe até a cidade-luz. A sororidade feminina é uma marca forte do coletivo das amigas Mariana e Elora.

“Eu e Mariana a gente tem uma visão muito parecida sobre criar uma comunidade e incentivar mulheres empreendedoras, a gente tem muito interesse no empreendedorismo feminino e a liberdade financeira da mulher. Acho que foi isso que nos incentivou a cria a Aysú”, revela.

As meninas vislumbram expansão para o futuro, “a gente vê que tem uma procura grande de mercados da Espanha e Portugal, então a gente pensa em refazer a pop-up em outros lugares da Europa”. Tem uma grande comunidade latina nesses países que a gente quer conquistar também”.

Quebrando os tabus de xenofobia

Elora Janguiê destaca ainda a importância de desmistificar a ideia de que produtos provenientes da América Latina não têm qualidade. “Eu acho que aqui [na Europa] as pessoas têm a ideia de que produtos da América Latina são de baixa qualidade, não tem expansão criativa, não tem novidade. Eles pensam que é só beleza, só o natural, algo que se possa usar quando se trata de cuidados do corpo”, opina.

Para a fundadora, fazem sucesso no continente europeu grifes de moda que se solidificaram com trabalho de anos como PatyBO e Farm, mas acredita ser importante “mostrar a variedade gigantesca de criadores e designers”, e, além disso, “fazer uma diferença social”.

“O que a gente está fazendo é claramente uma aceitação de moda, trazendo espaço para essas pessoas aqui na Europa e podendo quebrar muito mais o tabu xenofóbico”, sublinha.

Todas as reflexões das jovens amigas associadas ao orgulho de ser latino-americano e sobretudo brasileiras, culminou na ideia de um nome que representasse essa essência, mas para agradar o mercado internacional, era preciso um “nome curto que as pessoas pudessem pronunciar e achassem diferente”.

Elas escolheram "Aysú", que significa "amor" em tupi-guarani; para a diretora criativa Mariana Sales, “o amor é o que representa tudo para a gente, o amor ao nosso país e à nossa cultura”, conclui.

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