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Versão restaurada de “Saravah”, filme “cult” sobre a MPB, estreia na França com elogios da crítica

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“Um filme cult para os apaixonados pela música brasileira”. Essa é a definição de vários críticos franceses do documentário “Saravah”, do francês Pierre Barouh, que foi restaurado e estreia nesta quarta-feira (10) nos cinemas da França, 55 anos depois de sua realização. Ainda não há previsão para o lançamento no Brasil.

O documentário “Saravah” é o primeiro longa-metragem de Pierre Barouh. O músico, produtor, ator e diretor conhecia o Brasil e a música brasileira, que o fascinava intensamente, desde 1959. Em 1966, fez a versão francesa de “Samba da Benção”, de Vinicius de Morais e Baden Powell. “Samba Saravah” foi a trilha sonora do premiado filme “Um homem e uma mulher” e grande sucesso na França.

Três anos depois, em 1969, em plena Ditadura Militar, Pierre Barouh encontrou o amigo Baden no Rio, que o acompanhou durante as filmagens. O longa foi rodado em apenas três dias. Ele não é um filme didático sobre a história da música brasileira, mas o testemunho de um momento. Na tela, muita descontração e cantoria. Músicos da velha e da nova geração tentam decifrar para o francês Barouh o enigma do samba.

O documentário Saravah revela imagens incríveis dos veteranos Pixinguinha e João da Baiana, na época com mais de 80 anos, e dos jovens Maria Bethânia, com apenas 21 anos, e Paulinho da Viola. Baden Powell, presente durante todo o documentário, com seu violão, é o elo entre gerações tão distantes e fundamentais da música brasileira.

Sucesso na pré-estreia

“Saravah” nunca teve um verdadeiro lançamento nos cinemas. O documentário foi exibido algumas vezes a partir de 1969 e depois ficou na gaveta várias décadas até a ser restaurado no ano passado.

A pré-estreia da versão restaurada em 4K aconteceu em 2023 no Festival de Cinema Brasileiro de Paris, dirigido por Kátia Adler, que apoia agora o lançamento de “Saravah” nas salas de cinema da França.

“A gente passou o filme, restaurado, com exclusividade no cinema Arlequim. Foi um sucesso!”, lembra Kátia Adler. Ela considera que o documentário, dirigido por Pierre Barouh “um grande conhecedor da música brasileira”, é uma “pérola” do cinema brasileiro. “O filme merece ser revisto ou visto pela primeira vez pela juventude”, espera Adler.

O filho de Baden, o pianista e compositor Philippe Powell, radicado na França, está entusiasmado com a estreia da versão restaurada. "Imensa alegria, grande emoção de ver o filme documentário 'Saravah' após mais de 50 anos estreando nos cinemas franceses", declarou.

Philippe Powel destaca que no filme Pierre Barouh registrou, "de maneira única e extraordinária, algumas das ramificações da música popular brasileira". O compositor e pianista garante que "é um filme incrível para a gente se apaixonar pela música brasileira e pelo Brasil".

“Registro sublime”

Para o jornal “Le Monde”, “Saravah” é um registro sublime sobre a música brasileira. Um filme que faz um bem danado, como uma fotografia antiga que traz de volta fragmentos de um momento perfeito, de instantes mágicos.

“Libération” diz que Pierre Barouh conseguiu, com sua câmera, captar a identidade do Brasil, através da música, matriz do país. O jornal descreve alguns momentos antológicos, como o encontro numa mesa de bar de praia, que reuniu Paulinho da Viola e Maria Bethânia. Eles interpretam o samba Rosa Maria, acompanhados em coro por todos os clientes do bar.

Pierre Barouh morreu em 2016. Até o fim, foi considerado o "embaixador" da música brasileira na França que ele ajudou popularizar. Saravá!

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O documentário “Saravah” é o primeiro longa-metragem de Pierre Barouh. O músico, produtor, ator e diretor conhecia o Brasil e a música brasileira, que o fascinava intensamente, desde 1959. Em 1966, fez a versão francesa de “Samba da Benção”, de Vinicius de Morais e Baden Powell. “Samba Saravah” foi a trilha sonora do premiado filme “Um homem e uma mulher” e grande sucesso na França.

Três anos depois, em 1969, em plena Ditadura Militar, Pierre Barouh encontrou o amigo Baden no Rio, que o acompanhou durante as filmagens. O longa foi rodado em apenas três dias. Ele não é um filme didático sobre a história da música brasileira, mas o testemunho de um momento. Na tela, muita descontração e cantoria. Músicos da velha e da nova geração tentam decifrar para o francês Barouh o enigma do samba.

O documentário Saravah revela imagens incríveis dos veteranos Pixinguinha e João da Baiana, na época com mais de 80 anos, e dos jovens Maria Bethânia, com apenas 21 anos, e Paulinho da Viola. Baden Powell, presente durante todo o documentário, com seu violão, é o elo entre gerações tão distantes e fundamentais da música brasileira.

Sucesso na pré-estreia

“Saravah” nunca teve um verdadeiro lançamento nos cinemas. O documentário foi exibido algumas vezes a partir de 1969 e depois ficou na gaveta várias décadas até a ser restaurado no ano passado.

A pré-estreia da versão restaurada em 4K aconteceu em 2023 no Festival de Cinema Brasileiro de Paris, dirigido por Kátia Adler, que apoia agora o lançamento de “Saravah” nas salas de cinema da França.

“A gente passou o filme, restaurado, com exclusividade no cinema Arlequim. Foi um sucesso!”, lembra Kátia Adler. Ela considera que o documentário, dirigido por Pierre Barouh “um grande conhecedor da música brasileira”, é uma “pérola” do cinema brasileiro. “O filme merece ser revisto ou visto pela primeira vez pela juventude”, espera Adler.

O filho de Baden, o pianista e compositor Philippe Powell, radicado na França, está entusiasmado com a estreia da versão restaurada. "Imensa alegria, grande emoção de ver o filme documentário 'Saravah' após mais de 50 anos estreando nos cinemas franceses", declarou.

Philippe Powel destaca que no filme Pierre Barouh registrou, "de maneira única e extraordinária, algumas das ramificações da música popular brasileira". O compositor e pianista garante que "é um filme incrível para a gente se apaixonar pela música brasileira e pelo Brasil".

“Registro sublime”

Para o jornal “Le Monde”, “Saravah” é um registro sublime sobre a música brasileira. Um filme que faz um bem danado, como uma fotografia antiga que traz de volta fragmentos de um momento perfeito, de instantes mágicos.

“Libération” diz que Pierre Barouh conseguiu, com sua câmera, captar a identidade do Brasil, através da música, matriz do país. O jornal descreve alguns momentos antológicos, como o encontro numa mesa de bar de praia, que reuniu Paulinho da Viola e Maria Bethânia. Eles interpretam o samba Rosa Maria, acompanhados em coro por todos os clientes do bar.

Pierre Barouh morreu em 2016. Até o fim, foi considerado o "embaixador" da música brasileira na França que ele ajudou popularizar. Saravá!

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