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Brasileira é a segunda atleta paralímpica do mundo a competir também nos Jogos Olímpicos

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Ela está pretes a fazer história no tênis de mesa brasileiro. Bruna Alexandre é a primeira atleta paralímpica a ser convocada também para os Jogos Olímpicos. Ela teve o braço direito amputado quando ainda era bebê. Aos 28 anos, após superar o trauma, ela é temida por seus adversários e representa uma chance de medalha para o Brasil nas duas competições.

Com informações de Sarah Cozzolino, correspondente da RFI no Brasil

Com três medalhas paralímpicas no currículo, a catarinense de Criciúma Bruna Alexandre faz parte da equipe feminina brasileira que obteve uma cota para o Brasil nos Jogos de Paris 2024. Ela diz seguir os passos da polonesa Natalia Partyka, seis vezes medalhista de ouro paralímpica. Em 2008 e 2012, Natalia disputou os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

Bruna também não vê limites ao pódio, apesar de sua deficiência. Ela tem sido um modelo e uma inspiração para outras pessoas, assim como Partyka foi para ela. No centro de treinamento paralímpico, em São Paulo, ela é conhecida pelo saque difícil de defender. Bruna posiciona a bola em cima da raquete e lança para o alto com a mão esquerda e depois bate com o mesmo braço.

Rafael Monteiro, líder da seleção brasileira paraolímpica, explica que essa é uma das armas da equipe. "Ela começa sempre com um serviço muito bom, o saque dela é muito forte", elogia. "Ela entra no jogo já pressionando os adversários, o que lhe permite ter controle da partida. Ela tem muita habilidade", completa.

Erro médico

Bruna Alexandre tinha somente três meses quando teve o braço direito amputado, depois da aplicação de uma vacina que causou uma trombose. Ela teve um nervo atingido e necrosado, e chegou a lutar pela própria vida.

A orientação errada de um médico e a imunização malfeita por duas enfermeiras do Hospital São José, em Criciúma (SC), resultaram na operação irreversível. Bruna conseguiu uma indenização, conquistada na Justiça, no ano passado. Depois do acordo judicial, o hospital considera o assunto encerrado e médico nunca mais foi encontrado.

Nada disso impediu a menina de seguir em frente. Esportista desde muito cedo, ela começou no skate, o que lhe permitiu desenvolver um equilíbrio muito bom, conforme explicou à reportagem da RFI.

A carreira olímpica no tênis de mesa começou ainda aos sete anos. O técnico Paulo Camargo a acompanha desde os Jogos Olímpicos do Rio 2016, quando ela foi medalha de bronze. “Ela é muito criativa, muito habilidosa para jogar, inteligente, então ela muda um pouco o tempo de bola. É uma característica bem diferente, ela consegue mudar o ritmo, a cadência, ela muda efeitos, inverte”, diz.

Tênis de mesa olímpico

O tênis de mesa fez a sua estreia olímpica em Seul, em 1988, com um total de quatro torneios disputados para medalhas, entre os de simples e duplas masculinas e femininas.

Em Beijing 2008, uma grande mudança foi implementada com os torneios de duplas sendo substituídos pelos de equipe. O programa permaneceu o mesmo até Tóquio 2020, quando um novo torneio de duplas mistas foi introduzido. Todos os cinco torneios para medalhas disputados em Tóquio 2020 estarão presentes em Paris 2024.

Somando a participação nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Bruna Alexandre passará quase 50 dias em Paris. A temporada francesa será o ponto alto de um sonho, como ela diz.

“Eu tinha este sonho de disputar as Olimpíadas, mas sabia que precisava ser duas vezes mais disciplinada. Porque não tenho tantos adversários nos Jogos Paralímpicos. Mas para o nível olímpico, eu sabia que tinha que fazer algo a mais para me ver como uma atleta olímpica. Então, eu tenho feito isso ao longo de toda a minha carreira”, afirma.

Essa dupla participação é histórica no esporte brasileiro. Bruna é motivo de orgulho para os seus colegas. Aos 21 anos, Letícia Lacerda, também mesatenista paralímpica, vê em Bruna uma inspiração. “Nos dá muito orgulho ver a sua trajetória olímpica. É muito importante ser representado por alguém tão forte", diz. "É incrível e estou muito feliz por ela e pelo tênis de mesa”, completa.

A número 1 do tênis de mesa brasileiro vê isso como uma mensagem de esperança para as pessoas com deficiência. “Isso prova que tudo é possível. Independentemente de você ter apenas um braço ou uma perna, você pode ir muito longe. E o esporte é um caminho. Pode ajudar muitas pessoas”, acredita.

E Bruna não tem medo de sonhar alto. Depois do bronze no Rio e da prata em Tóquio, ela já se vê ganhando o ouro em Paris.

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Com informações de Sarah Cozzolino, correspondente da RFI no Brasil

Com três medalhas paralímpicas no currículo, a catarinense de Criciúma Bruna Alexandre faz parte da equipe feminina brasileira que obteve uma cota para o Brasil nos Jogos de Paris 2024. Ela diz seguir os passos da polonesa Natalia Partyka, seis vezes medalhista de ouro paralímpica. Em 2008 e 2012, Natalia disputou os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

Bruna também não vê limites ao pódio, apesar de sua deficiência. Ela tem sido um modelo e uma inspiração para outras pessoas, assim como Partyka foi para ela. No centro de treinamento paralímpico, em São Paulo, ela é conhecida pelo saque difícil de defender. Bruna posiciona a bola em cima da raquete e lança para o alto com a mão esquerda e depois bate com o mesmo braço.

Rafael Monteiro, líder da seleção brasileira paraolímpica, explica que essa é uma das armas da equipe. "Ela começa sempre com um serviço muito bom, o saque dela é muito forte", elogia. "Ela entra no jogo já pressionando os adversários, o que lhe permite ter controle da partida. Ela tem muita habilidade", completa.

Erro médico

Bruna Alexandre tinha somente três meses quando teve o braço direito amputado, depois da aplicação de uma vacina que causou uma trombose. Ela teve um nervo atingido e necrosado, e chegou a lutar pela própria vida.

A orientação errada de um médico e a imunização malfeita por duas enfermeiras do Hospital São José, em Criciúma (SC), resultaram na operação irreversível. Bruna conseguiu uma indenização, conquistada na Justiça, no ano passado. Depois do acordo judicial, o hospital considera o assunto encerrado e médico nunca mais foi encontrado.

Nada disso impediu a menina de seguir em frente. Esportista desde muito cedo, ela começou no skate, o que lhe permitiu desenvolver um equilíbrio muito bom, conforme explicou à reportagem da RFI.

A carreira olímpica no tênis de mesa começou ainda aos sete anos. O técnico Paulo Camargo a acompanha desde os Jogos Olímpicos do Rio 2016, quando ela foi medalha de bronze. “Ela é muito criativa, muito habilidosa para jogar, inteligente, então ela muda um pouco o tempo de bola. É uma característica bem diferente, ela consegue mudar o ritmo, a cadência, ela muda efeitos, inverte”, diz.

Tênis de mesa olímpico

O tênis de mesa fez a sua estreia olímpica em Seul, em 1988, com um total de quatro torneios disputados para medalhas, entre os de simples e duplas masculinas e femininas.

Em Beijing 2008, uma grande mudança foi implementada com os torneios de duplas sendo substituídos pelos de equipe. O programa permaneceu o mesmo até Tóquio 2020, quando um novo torneio de duplas mistas foi introduzido. Todos os cinco torneios para medalhas disputados em Tóquio 2020 estarão presentes em Paris 2024.

Somando a participação nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Bruna Alexandre passará quase 50 dias em Paris. A temporada francesa será o ponto alto de um sonho, como ela diz.

“Eu tinha este sonho de disputar as Olimpíadas, mas sabia que precisava ser duas vezes mais disciplinada. Porque não tenho tantos adversários nos Jogos Paralímpicos. Mas para o nível olímpico, eu sabia que tinha que fazer algo a mais para me ver como uma atleta olímpica. Então, eu tenho feito isso ao longo de toda a minha carreira”, afirma.

Essa dupla participação é histórica no esporte brasileiro. Bruna é motivo de orgulho para os seus colegas. Aos 21 anos, Letícia Lacerda, também mesatenista paralímpica, vê em Bruna uma inspiração. “Nos dá muito orgulho ver a sua trajetória olímpica. É muito importante ser representado por alguém tão forte", diz. "É incrível e estou muito feliz por ela e pelo tênis de mesa”, completa.

A número 1 do tênis de mesa brasileiro vê isso como uma mensagem de esperança para as pessoas com deficiência. “Isso prova que tudo é possível. Independentemente de você ter apenas um braço ou uma perna, você pode ir muito longe. E o esporte é um caminho. Pode ajudar muitas pessoas”, acredita.

E Bruna não tem medo de sonhar alto. Depois do bronze no Rio e da prata em Tóquio, ela já se vê ganhando o ouro em Paris.

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