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Com fogo falso, pira olímpica vira sucesso de público no centro de Paris

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Enquanto a cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris causou polêmica mundial por seu conteúdo – julgado provocativo por ultraconservadores –, a pira olímpica instalada nos jardins do museu do Louvre parece ser mais consensual. Desde que a chama foi acesa, no encerramento do espetáculo na noite de 26 de julho, o local recebe milhares de visitantes a cada hora. Os ingressos para se aproximar da estrutura se esgotaram em menos de um dia.

Lúcia Müzell, da RFI em Paris

A pira, no formato inovador de um balão, permanece acesa 24 horas por dia graças a outra novidade: a chama, na verdade, é um efeito da luz em contato com vapor d'água.

"É sério que não tem fogo? Eu ouvi falar que não era fogo de verdade, mas chegando aqui pensei que fosse boato, porque parece muito”, disse a brasileira Patricia, ao chegar ao local com um grupo de amigos que vivem na Irlanda.

A estrutura tem 30 metros de altura e sete de diâmetro e a cada anoitecer, às 22h, sobe aos céus de Paris para um “voo" de quatro horas, no centro dos jardins de Tuileries. Desde o fim de semana, os visitantes se preparam para não perder este momento, como a consultora mexicana Rosa, que mora há três anos na cidade.

“Não pude ir à cerimônia de abertura e vim ver a pira, que é um espetáculo que jamais veremos assim de perto de novo. E mesmo que pudéssemos ver de novo, não seria a mesma coisa do que em Paris”, avalia. “Está um charme, com todo mundo admirando, logo ali tem o Louvre e todos esses prédios com tanta história. É isso que deixa esses Jogos Olímpicos tão especiais.”

Ingressos esgotaram

Uma vez nos céus, a 60 metros de altura, a pira olímpica pode ser vista a centenas de metros de distância. Mas o privilégio de se aproximar para admirá-la e tirar fotos não é para todos. A cada dia, 10 mil pessoas podem ter a experiência gratuitamente, desde que tenham reservado um horário pelo site lavasque.paris2024.org. A visita pode ser feita das 11h às 19h, até 11 de agosto.

A brasileira Patricia Cunha, moradora de Paris há 10 anos, tentou reservar um ingresso, mas por enquanto, não conseguiu. “Temos que continuar tentando, para ver se a gente consegue entrar e beijá-la. Mas quem não conseguir beijá-la, não tem problema nenhum porque ela está exposta e dá para vê-la grande, maravilhosa, e ver o espetáculo de ela sair que nem um foguete. Adoro!”, comentou. “E ela é totalmente ecológica, com um sistema de vaporização de água que dá essa ilusão de que o fogo está saltando.”

A chama simboliza a ligação dos Jogos Olímpicos da era moderna aos da Grécia antiga, mas desta vez ela é 100% elétrica. Nenhum combustível queima para manter aceso o anel de “fogo” instalado na base da obra.

“Eu fiquei sabendo que é uma engenharia que descobriram e eu achei muito interessante, porque senão seria muito perigoso. Eu achei muito linda, e remete também ao dia da abertura, que foi muito emocionante”, afirmou outra brasileira, Simone Souza. “Sem falar em tudo que um balão pode representar: o sonho, a esperança, a tecnologia. Alcançar os nossos sonhos mais profundos”, compara.

Designer homenageia irmãos Mongolfier

Na abertura das Olimpíadas, a tricampeã olímpica de atletismo Marie-José Pérec e o judoca bicampeão Teddy Rinner foram os escolhidos para dar a largada à proeza, idealizada pelo arquiteto francês Mathieu Lehanneur. O designer é conhecido por se inspirar nos elementos da natureza.

Neste caso, Lehanneur também buscou referências no lema da França para conceber a estrutura. Na forma de balão, a tocha simétrica representa a igualdade. O anel luminoso na sua base, circular, exprime a fraternidade, e o voo da pira, a liberdade.

Othman, morador de Paris, sente orgulho do que está vendo para os Jogos Olímpicos na cidade. “Acho que foi uma ideia bastante original de colocar a pira aqui no meio de todo mundo. Isso dá a chance de qualquer um, um parisiense ou um turista, poder vê-la. Em geral, a pira fica isolada em um estádio”, ressalta. “Eu sou parisiense e estou bastante emocionado com tudo que está acontecendo e com esses monumentos que os Jogos Olímpicos estão nos proporcionando”, afirma.

A escolha de fazer um balão também remete à história dos franceses com o sonho de voar: em 1783, as pesquisas dos irmãos Mongolfier levaram à façanha de subir aos céus o primeiro balão movido a ar quente da história. O voo aconteceu exatamente no mesmo local em que agora a pira olímpica encanta o mundo. Em homenagem a eles, a palavra “balão" em francês é “mongolfière”.

“É uma linda forma de mostrar a França. Os irmãos Mongolfier são a França e essa pira está sublime”, disse a moradora Gaëlle. “E, para completar, ela está no jardim de Tuileries, com todas as estátuas, as árvores. Está magnífico”, celebrou.

Ficar ou não na cidade após a Olimpíada?

O sucesso da pira levou a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, a anunciar que vai tentar fazer com que a pira se torne um novo monumento da cidade, após o final das competições, em 11 de agosto. Hidalgo considerou “o objeto extraordinário, e o local onde ele se encontra é magnífico”.

Mas os parisienses ouvidos pela RFI têm suas dúvidas se seria uma boa ideia. “Não sei, mas acho que nada é melhor do que uma obra efêmera, para nos fazer sonhar com esse momento depois”, avalia Othman. “Eu diria que é melhor se for efêmero porque esses jardins são outra coisa, por mais que a pira seja muito bonita”, diz Gaëlle.

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Lúcia Müzell, da RFI em Paris

A pira, no formato inovador de um balão, permanece acesa 24 horas por dia graças a outra novidade: a chama, na verdade, é um efeito da luz em contato com vapor d'água.

"É sério que não tem fogo? Eu ouvi falar que não era fogo de verdade, mas chegando aqui pensei que fosse boato, porque parece muito”, disse a brasileira Patricia, ao chegar ao local com um grupo de amigos que vivem na Irlanda.

A estrutura tem 30 metros de altura e sete de diâmetro e a cada anoitecer, às 22h, sobe aos céus de Paris para um “voo" de quatro horas, no centro dos jardins de Tuileries. Desde o fim de semana, os visitantes se preparam para não perder este momento, como a consultora mexicana Rosa, que mora há três anos na cidade.

“Não pude ir à cerimônia de abertura e vim ver a pira, que é um espetáculo que jamais veremos assim de perto de novo. E mesmo que pudéssemos ver de novo, não seria a mesma coisa do que em Paris”, avalia. “Está um charme, com todo mundo admirando, logo ali tem o Louvre e todos esses prédios com tanta história. É isso que deixa esses Jogos Olímpicos tão especiais.”

Ingressos esgotaram

Uma vez nos céus, a 60 metros de altura, a pira olímpica pode ser vista a centenas de metros de distância. Mas o privilégio de se aproximar para admirá-la e tirar fotos não é para todos. A cada dia, 10 mil pessoas podem ter a experiência gratuitamente, desde que tenham reservado um horário pelo site lavasque.paris2024.org. A visita pode ser feita das 11h às 19h, até 11 de agosto.

A brasileira Patricia Cunha, moradora de Paris há 10 anos, tentou reservar um ingresso, mas por enquanto, não conseguiu. “Temos que continuar tentando, para ver se a gente consegue entrar e beijá-la. Mas quem não conseguir beijá-la, não tem problema nenhum porque ela está exposta e dá para vê-la grande, maravilhosa, e ver o espetáculo de ela sair que nem um foguete. Adoro!”, comentou. “E ela é totalmente ecológica, com um sistema de vaporização de água que dá essa ilusão de que o fogo está saltando.”

A chama simboliza a ligação dos Jogos Olímpicos da era moderna aos da Grécia antiga, mas desta vez ela é 100% elétrica. Nenhum combustível queima para manter aceso o anel de “fogo” instalado na base da obra.

“Eu fiquei sabendo que é uma engenharia que descobriram e eu achei muito interessante, porque senão seria muito perigoso. Eu achei muito linda, e remete também ao dia da abertura, que foi muito emocionante”, afirmou outra brasileira, Simone Souza. “Sem falar em tudo que um balão pode representar: o sonho, a esperança, a tecnologia. Alcançar os nossos sonhos mais profundos”, compara.

Designer homenageia irmãos Mongolfier

Na abertura das Olimpíadas, a tricampeã olímpica de atletismo Marie-José Pérec e o judoca bicampeão Teddy Rinner foram os escolhidos para dar a largada à proeza, idealizada pelo arquiteto francês Mathieu Lehanneur. O designer é conhecido por se inspirar nos elementos da natureza.

Neste caso, Lehanneur também buscou referências no lema da França para conceber a estrutura. Na forma de balão, a tocha simétrica representa a igualdade. O anel luminoso na sua base, circular, exprime a fraternidade, e o voo da pira, a liberdade.

Othman, morador de Paris, sente orgulho do que está vendo para os Jogos Olímpicos na cidade. “Acho que foi uma ideia bastante original de colocar a pira aqui no meio de todo mundo. Isso dá a chance de qualquer um, um parisiense ou um turista, poder vê-la. Em geral, a pira fica isolada em um estádio”, ressalta. “Eu sou parisiense e estou bastante emocionado com tudo que está acontecendo e com esses monumentos que os Jogos Olímpicos estão nos proporcionando”, afirma.

A escolha de fazer um balão também remete à história dos franceses com o sonho de voar: em 1783, as pesquisas dos irmãos Mongolfier levaram à façanha de subir aos céus o primeiro balão movido a ar quente da história. O voo aconteceu exatamente no mesmo local em que agora a pira olímpica encanta o mundo. Em homenagem a eles, a palavra “balão" em francês é “mongolfière”.

“É uma linda forma de mostrar a França. Os irmãos Mongolfier são a França e essa pira está sublime”, disse a moradora Gaëlle. “E, para completar, ela está no jardim de Tuileries, com todas as estátuas, as árvores. Está magnífico”, celebrou.

Ficar ou não na cidade após a Olimpíada?

O sucesso da pira levou a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, a anunciar que vai tentar fazer com que a pira se torne um novo monumento da cidade, após o final das competições, em 11 de agosto. Hidalgo considerou “o objeto extraordinário, e o local onde ele se encontra é magnífico”.

Mas os parisienses ouvidos pela RFI têm suas dúvidas se seria uma boa ideia. “Não sei, mas acho que nada é melhor do que uma obra efêmera, para nos fazer sonhar com esse momento depois”, avalia Othman. “Eu diria que é melhor se for efêmero porque esses jardins são outra coisa, por mais que a pira seja muito bonita”, diz Gaëlle.

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